Projeto Biodiversidade lança iniciativa “Sustentável, do Mar ao Prato” no apoio à pesca sustentável

Este mês, Projeto Biodiversidade lançou a iniciativa “sustentável, do mar ao prato” num esforço para sensibilizar e inspirar uma mudança em direção a práticas de pesca e consumo mais sustentáveis.

Financiado pelo Programa das Pequenas Subvenções do Fundo Mundial do Ambiente às Organizações da Sociedade Civil (GEF-SGP), esta iniciativa aborda vários desafios em relação à gestão dos recursos marinhos, abordando as diferentes partes envolvidas na cadeia do setor de pesca. Por meio de uma série de atividades de capacitação e sensibilização, eventos de divulgação, e material promocional, o projeto visa incentivar pescadores, vendedores e consumidores com a ideia que o peixe “sustentável e bo amedjor escolha.”

Para fortalecer o apoio, o Projeto Biodiversidade está a reforçar as parcerias existentes com os pescadores participantes do programa Guardiões do Mar, bem como as peixeiras que fazem parte do Projeto Empodera. Juntos, a iniciativa visa que tanto pescadores como peixeiras respeitem o tamanho mínimo de captura e venda de várias espécies de peixe populares, incluindo a garoupa, que é a espécie-alvo selecionada para a campanha. Essas parcerias, juntamente com acordos com restaurantes e com o apoio das autoridades de pesca locais, irão constituir uma rede de consumo de peixe sustentável na ilha do Sal, num esforço para inspirar uma mudança no comportamento de consumo dos turistas e da comunidade local.

“Existe muito potencial para a pesca artesanal se tornar um exemplo de sustentabilidade em Cabo Verde,” disse Anice Lopes, coordenadora de campanha. “Nosso objetivo é que, ao criar esta rede que atinge todos os pontos da rede de consumo, possamos inspirar uma mudança duradoura no comportamento que beneficia esse tipo de pesca e as comunidades que dele dependem.”

A iniciativa foi primeiramente implementada em São Vicente pela ONG Biosfera I, principal parceiro desta iniciativa na Ilha do Sal, e está em andamento desde Abril de 2019. Assim como em São Vicente, a espécie alvo desta iniciativa na Ilha do Sal é a garoupa, por se tratar de uma das espécies comerciais não tunídeas mais populares nos restaurantes, por estar incluída dentro do Plano Executivo Nacional de Gestão de Pescas, e por encontrar-se os seus estoques em aparente diminuição.

A proteção de ecossistemas marinhos e a gestão sustentável dos recursos marinhos é fundamental para o meio ambiente e para todas as espécies, incluindo os seres humanos, que estão interligadas por meio da cadeia alimentar. A iniciativa de valorizar a pesca artesanal sustentável por meio da capacitação de todos os intervenientes na cadeia de consumo, desde o pescador até o consumidor, passando pelas peixeiras e restaurantes, é, nesse sentido, essencial a fim de minimizar os impactos que o consumo não sustentável desta espécie tem nos estoques de peixe, garantindo o consumo de garoupa no futuro.

Adicionalmente, os membros desta rede serão distinguidos com um Selo de Garantia, que irá acreditar a sustentabilidade da garoupa, assim como reconhecer o compromisso dos envolvidos de cara ao consumidor final.

A iniciativa pretende-se implementar de forma piloto e no âmbito do financiamento SGP na cidade de Santa Maria, com o envolvimento direto da Associação de Pescadores e Peixeiras de Santa Maria.

“Estamos orgulhosos de participar desta iniciativa para ajudar a tornar a nossa pesca mais sustentável,” disse o Presidente da Associação de Pescadores e Peixeiras de Santa Maria, “junto com a participação de restaurantes, autoridades e comunidade em geral, temos o poder de fazer a mudança para proteger o nosso futuro”.

Junto a Biosfera I e o Programa das Pequenas Subvenções do Fundo Mundial do Ambiente, os outros parceiros desta iniciativa são a Câmara Municipal do Sal e o Ministério de Economia Marítima.